Morreu ontem, aos 63 anos, Tolentino de Nóbrega, o jornalista que sobreviveu em liberdade numa ilha meio censurada. Um cancro venceu-o e nem lhe deu a oportunidade de presenciar as primeiras eleições sem Alberto João Jardim. Era correspondente do Público na Madeira.
Hoje foi o funeral, no Funchal, daquele que é considerado por colegas e amigos o jornalista sem medo. Foi sem medo que sempre olhou para a Madeira e que sempre trouxe para o jornalismo tudo o que se passava. Sem meias censuras.
Foi na Madeira que viveu os mais de 40 anos em que esteve ao serviço do jornalismo. Apesar da confrontação com ameaças e controlos ao seu trabalho, Tolentino sempre achou que vivia numa terra bonita.
Foi o Prémio Gazeta em 1998 e nessa cerimónia não deixou de lembrar as dificuldades que vive um jornalista nas regiões autónomas. Sem medo, sempre denunciou tudo o que era para ser denunciado. Com naturalidade, mostrou sempre a verdade mais pura e real da Madeira, fosse ela qual fosse. As pressões faziam parte do seu dia-a-dia, mas nunca fizeram parte do seu jornalismo.
É também nesta altura que diz, em entrevista ao Record, que nunca foi um opositor a Jardim, mas sim um opositor a todo o tipo de autoritarismo e qualquer tipo de repressão. "Sem uma impressa livre não há democracia. Se há numa região de Portugal pressões e coacções contra jornalistas, não há democracia plena, há um défice democrático", disse, sem medo, Tolentino.
É esta a memória que fica do jornalista e professor de geometria descritiva. Um homem que nunca teve medo de expor o mundo madeirense. Um homem que derrubou muitas barreiras, que saltou muitos muros e que venceu muitas guerras. Menos uma: o cancro que o matou esta terça-feira.
Hoje foi o funeral, no Funchal, daquele que é considerado por colegas e amigos o jornalista sem medo. Foi sem medo que sempre olhou para a Madeira e que sempre trouxe para o jornalismo tudo o que se passava. Sem meias censuras.
Foi na Madeira que viveu os mais de 40 anos em que esteve ao serviço do jornalismo. Apesar da confrontação com ameaças e controlos ao seu trabalho, Tolentino sempre achou que vivia numa terra bonita.
Foi o Prémio Gazeta em 1998 e nessa cerimónia não deixou de lembrar as dificuldades que vive um jornalista nas regiões autónomas. Sem medo, sempre denunciou tudo o que era para ser denunciado. Com naturalidade, mostrou sempre a verdade mais pura e real da Madeira, fosse ela qual fosse. As pressões faziam parte do seu dia-a-dia, mas nunca fizeram parte do seu jornalismo.
É também nesta altura que diz, em entrevista ao Record, que nunca foi um opositor a Jardim, mas sim um opositor a todo o tipo de autoritarismo e qualquer tipo de repressão. "Sem uma impressa livre não há democracia. Se há numa região de Portugal pressões e coacções contra jornalistas, não há democracia plena, há um défice democrático", disse, sem medo, Tolentino.
É esta a memória que fica do jornalista e professor de geometria descritiva. Um homem que nunca teve medo de expor o mundo madeirense. Um homem que derrubou muitas barreiras, que saltou muitos muros e que venceu muitas guerras. Menos uma: o cancro que o matou esta terça-feira.