Derrotado, derrotado, mas nem tanto. António Costa lá conseguiu o acordo com a esquerda e, ao que parece, lá vai fazer governo. Passos Coelho ganhou as eleições com o parceiro de coligação, Paulo Portas, mas não lhe serviu de muito, porque o oponente António Costa lembrou-se da sua veia de esquerda e lá foi bater à porta dos partidos à esquerda.
Hoje derruba-se o governo de direita e assiste-se a algo ainda inédita: a esquerda vai abraçar o PS para lhe dar força no governo.
Agora: como é que isto vai acontecer? O PCP defende a renegociação da divida e que, caso isso não aconteça, pretende a saída do Euro. O Bloco de Esquerda defende o fim do Tratado Orçamental. O Partido Socialista defende a Zona Euro com unhas e dentes, apesar de considerar que as politicas devem mudar. Em relação ao Tratado Orçamental, Costa considera que este deve ser revisto mas nunca rasgado e que deve ser respeitado. Por agora, a esquerda diz que não é um assunto para debater agora, mas vai chegar o dia em que se terá debater a aí estes partidos não vão chegar a acordo e voltar a opor-se uns aos outros. Ninguém está a ver o PCP a desistir de renegociar a divida e fazer campanhas anti-euro. Nem ninguém está a imaginar ouvir Costa dizer que vamos sair da zona Euro.
Um grande problema que Costa tem de enfrentar: PCP e Bloco querem o fim das propinas e das taxas moderadoras na saúde. O PS já disse que vai baixar as taxas moderados para os valores antes da troika cá entrar, mas que não fará mais do que isso. Em relação as propinas mantem a posição de que elas têm de existir para financiar a educação. Esta foi uma temática muito defendida pela esquerda em campanha e da qual disseram que não abdicariam. Como é que vai ficar o apoio ao governo socialista se o PCP e o BE propuserem o fim das propinas e o PS negar? A esquerda deixa de dar apoio ao governo e deixa-o numa situação instável?
Outro problema: tanto o PCP como o Bloco são anti-NATO e querem que Portugal saia imediatamente. Os socialistas são pró-NATO e não pretendem sair dela. Agora com o acordo com o PS, ambos os partidos dizem que a saída não é para agora. Então muda-se de opinião com a maré de acordos que se fazem? Estão a ser desonestos e quando chegar a hora de tratar este tema e a esquerda chocar com o PS? Rasga-se o acordo e vai cada um à sua vida?
Vamos colocar o cenário de o PS ter de apoiar medidas europeias para Portugal e a esquerda se opuser. PCP e Bloco rasgam o acordo e cai o governo? Ou vamos ter um dejavu à Sócrates e ter um governo minoritário sem apoio parlamentar a viver ligado à máquina até ver um orçamento chumbado no Parlamento e decidir abandonar o cargo? Vamos viver nessa permanente instabilidade política e esperar que o país aguente?
Hoje derruba-se o governo de direita e assiste-se a algo ainda inédita: a esquerda vai abraçar o PS para lhe dar força no governo.
Agora: como é que isto vai acontecer? O PCP defende a renegociação da divida e que, caso isso não aconteça, pretende a saída do Euro. O Bloco de Esquerda defende o fim do Tratado Orçamental. O Partido Socialista defende a Zona Euro com unhas e dentes, apesar de considerar que as politicas devem mudar. Em relação ao Tratado Orçamental, Costa considera que este deve ser revisto mas nunca rasgado e que deve ser respeitado. Por agora, a esquerda diz que não é um assunto para debater agora, mas vai chegar o dia em que se terá debater a aí estes partidos não vão chegar a acordo e voltar a opor-se uns aos outros. Ninguém está a ver o PCP a desistir de renegociar a divida e fazer campanhas anti-euro. Nem ninguém está a imaginar ouvir Costa dizer que vamos sair da zona Euro.
Um grande problema que Costa tem de enfrentar: PCP e Bloco querem o fim das propinas e das taxas moderadoras na saúde. O PS já disse que vai baixar as taxas moderados para os valores antes da troika cá entrar, mas que não fará mais do que isso. Em relação as propinas mantem a posição de que elas têm de existir para financiar a educação. Esta foi uma temática muito defendida pela esquerda em campanha e da qual disseram que não abdicariam. Como é que vai ficar o apoio ao governo socialista se o PCP e o BE propuserem o fim das propinas e o PS negar? A esquerda deixa de dar apoio ao governo e deixa-o numa situação instável?
Outro problema: tanto o PCP como o Bloco são anti-NATO e querem que Portugal saia imediatamente. Os socialistas são pró-NATO e não pretendem sair dela. Agora com o acordo com o PS, ambos os partidos dizem que a saída não é para agora. Então muda-se de opinião com a maré de acordos que se fazem? Estão a ser desonestos e quando chegar a hora de tratar este tema e a esquerda chocar com o PS? Rasga-se o acordo e vai cada um à sua vida?
Vamos colocar o cenário de o PS ter de apoiar medidas europeias para Portugal e a esquerda se opuser. PCP e Bloco rasgam o acordo e cai o governo? Ou vamos ter um dejavu à Sócrates e ter um governo minoritário sem apoio parlamentar a viver ligado à máquina até ver um orçamento chumbado no Parlamento e decidir abandonar o cargo? Vamos viver nessa permanente instabilidade política e esperar que o país aguente?